Partiu Cléo Nicéas: firmamento ganha uma estrela de amor

Partiu Cléo Nicéas: firmamento ganha uma estrela de amor

PERNAMBUCO

Por José Nivaldo Junior*

Ainda estou impactado. Acordei pouco depois das 5h, pensando em emendar um sono daqueles chamado antigamente de reparador, estou precisando. Aí, a curiosidade habitual e a dependência físico/química do zap me fez abrir o celular. O amigo Sidney Nicéas tinha enviado a triste nota. Encantou-se o homem que, do alto do seu poder e prestígio, todo poderoso comandante da Globo Nordeste, deu aulas cotidianas de humildade, companheirismo, criatividade e amor às pessoas. 

Encontrar com Cléo, ouvi-lo na sua forma carinhosa, peculiar de falar, era um momento quase sagrado. Tinha uma pontuação única das palavras. Uma sonoridade  exclusiva e características verbais únicas, que faziam da sua conversa um papo inclusivo, sem barreiras, sem preconceitos. Coração do tamanho da via láctea, tinha na expressão acolhimento familiar a sua maior realização. Apaixonado pelo Santa Cruz, o time guerreiro do povo. Família grande, muitos filhos gerados com sua amada Valéria no ventre do amor.

Conversar é amar

Pelo simples fato de falar com ele,  um estranho se sentia íntimo. Um pobre, milionário. Um rico, um ser humano tratado pelo que é, não pelo que tem. Impossível esquecer uma figura tão grandiosamente idiossincrática.

O desfecho

Há cerca de um ano, Cléo lutava contra uma hepatite insidiosa e cruel. Otimista inveterado, no início subestimou a doença. Mas certos males vêm mesmo para destruir. Esta semana, voltou ao Hospital Português. Os médicos trataram de preparar a família. O desfecho estava próximo. Ocorreu na noite desta sexta (26) para o sábado (27). Cléo partiu para a eternidade deixando um legado que o tempo, em sua ação natural de esquecimento, esmaece mas não apagará por gerações.

*Publicitário, jornalista, historiador e especialista em marketing político

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